terça-feira, 8 de dezembro de 2009



Cirurgia de redução do estômago

Médico adverte que cirurgia bariátrica não é solução para quem tem dificuldade de manter o regime e diz que indicação tem de ser precisa
A cirurgia bariátrica, utilizada há muitos anos em casos de obesidade mórbida, mas que vem se popularizando desde a virada do milênio, tem sido a solução para pessoas com IMC* (índice de massa corpórea) igual ou acima de 40 ou mesmo acima de 35, mas desde que associado a outras doenças. Assim, se uma jovem de 1,70 m pesa mais de 115 quilos (IMC 40), ela tem indicação à cirurgia. Já uma pessoa com a mesma altura e que pese 100 quilos (IMC 35) terá a indicação desde que seja comprovado que sua saúde está ficando comprometida pelo excesso de peso.
“A cirurgia de redução do estômago apresenta riscos e benefícios para o paciente. E só operamos quando os riscos são superados em muito pelos benefícios”, diz o doutor Thomas Szego, cirurgião gastroenterologista do Hospital Santa Paula. Segundo Szego, pacientes com sobrepeso, mas que apresentam colesterol alto, diabetes ou mesmo problemas nas articulações e não conseguem manter o peso mesmo depois de dietas rigorosas são bons candidatos à cirurgia. Já os obesos, todos têm a ganhar com o procedimento – a obesidade é causa de muitos problemas e acaba encurtando a vida.
“Quem procura um especialista em cirurgia bariátrica meramente com fins estéticos e não está dentro do IMC indicado deve ser alertado sobre os riscos que certamente desconhece e bem orientado a fazer dieta e exercícios físicos”, diz o médico. Os riscos vão de embolia pulmonar a problemas na cicatrização, que podem resultar em peritonite. “Os índices aceitáveis são de menos de 3% de complicações graves e menos de 1% de óbitos”.
É inegável, entretanto, que o paciente, três meses após a cirurgia, recupera também a auto-estima, porque na maioria dos casos a perda de peso é grande. Derivada da técnica “Capela”, a cirurgia bariátrica mais empregada pelo doutor Szego prevê uma redução drástica do estômago, que, de 1,5 litro passa a comportar 20 ml. “Esse é o tipo ideal de cirurgia para aquele paciente aficcionado por doces, porque causa uma certa intolerância, chamada de Síndrome de Dumping”.
O cirurgião faz ainda dois outros alertas: primeiro, sobre a importância de o paciente ser atendido por uma equipe multidisciplinar, podendo contar com médico, psicólogo e fisioterapeuta; segundo, sobre a importância de o paciente escolher um profissional especialista em tratamento com obesos, já que eles apresentam respostas diferentes dos pacientes magros e a percepção de qualquer problema durante a cirurgia tem de ser instantânea para garantir maior segurança.


*IMC = peso x altura²
Tabela de comparação de IMC
<> 30 – Peso muito aumentado em relação à altura
> 35 – Paciente com indicação à cirurgia, desde que apresente
doenças relacionadas ao excesso de peso
>40 – Paciente com indicação à cirurgia bariátrica

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