domingo, 25 de outubro de 2009

Câncer de Próstata

O câncer de próstata (CP) é o tumor mais comum em homens com mais de 50 anos de idade. Com os progressos da Medicina e de outras áreas que interferem com a saúde, espera-se para as próximas décadas uma população cada vez maior de homens atingindo faixas etárias bem superiores àquela. Conclui-se, portanto, que mais casos de CP serão diagnosticados. Atualmente, existem no país diversas campanhas de detecção precoce dessa neoplasia (câncer).

A próstata é uma glândula localizada próximo à bexiga cercando a uretra na sua porção inicial. As secreções prostáticas são o maior componente do líquido seminal (ou esperma).
A origem do CP é desconhecida, entretanto, presume-se que alguns fatores possam influenciar o seu desenvolvimento.
Entre eles, o fator genético, visto a incidência desta neoplasia ser maior em familiares portadores da doença. A presença de CP em parentes do primeiro grau aumenta a probabilidade de diagnóstico desse câncer em 18%.
O fator hormonal é bastante importante, pois essa neoplasia regride de maneira significativa com a supressão dos hormônios masculinos (por exemplo, castração). Pesquisas feitas em ratos tratados cronicamente com testosterona mostraram o desenvolvimento do câncer de próstata nesses animais. A testosterona não é indutora de câncer, entretanto, em homens já com a neoplasia ou com predisposição, a testosterona estimularia o seu crescimento. Por outro lado, o CP não ocorre em eunucos.
Ultimamente, tem se dado muita atenção ao fator dieta. Dietas ricas em gordura predispõem ao câncer e as ricas em fibras e tomate diminuem o seu aparecimento. Baseados em levantamentos epidemiológicos em áreas geográficas de maior incidência de CP notou-se que dietas ricas em gordura aumentam os riscos de seu aparecimento. Talvez por interferência no metabolismo dos hormônios sexuais, várias outras substâncias estão sob investigação como as vitaminas, o cádmio, o zinco.
Doenças venéreas não tem relação com o CP embora o herpesvírus tipo II e o citomegalovírus induzam transformações carcinogenéticas em células embrionárias de hamster (pequeno animal de experimentação).
O fator ambiental é alvo, também, de investigação. Populações de baixa incidência de CP, quando migram para áreas de alta incidência, apresentam um aumento na ocorrência de casos. Fumaça de automóveis, cigarro, fertilizantes e outros produtos químicos estão sob suspeita.

-Sinais e Sintomas

Enumeramos os sintomas mais comuns do câncer de próstata. Entretanto, cada indivíduo pode vivenciar os sintomas de forma própria. Dentre os sintomas, podemos incluir os seguintes:
--Fluxo urinário fraco ou com interrupções
--Urinar com freqüência (principalmente à noite)
--Dificuldades para urinar ou para conter a urina
--Incapacidade de urinar
--Dor ou ardência ao urinar
--Sangue na urina ou no sêmen
--Dor persistente nas costas, nas cadeiras ou na pélvis
--Dificuldade pra conseguir ereção
Os sintomas do câncer de próstata têm semelhança com outras condições ou problemas médicos (como hiperplasia de próstata benigna ou uma infecção). Consulte sempre o seu médico para um diagnóstico.

-O Tratamento

Hoje em dia os homens com câncer de próstata estão vivendo por muito mais tempo, com menor desconforto e menos efeitos colaterais, em função dos novos métodos tratamento.
Conhecendo como o câncer está se desenvolvendo e a localização exata do tumor você e seu médico poderão optar pelo melhor tratamento. Um ou mais dos seguintes métodos podem ser utilizados para tratar a doença:
--Quimioterapia
--Radioterapia
--Hormonoterapia
--Observação Vigilante (também denominada Conduta ou Terapia Expectante)
--Cirurgia .

Hanseniase

É uma doença infecciosa, de evolução crônica (muito longa) causada pelo Mycobacterium leprae, microorganismo que acomete principalmente a pele e os nervos das extremidades do corpo. A doença tem um passado triste, de discriminação e isolamento dos doentes, que hoje já não existe e nem é necessário, pois a doença pode ser tratada e curada.
A transmissão se dá de indivíduo para indivíduo, por germes eliminados por gotículas da fala e que são inalados por outras pessoas penetrando o organismo pela mucosa do nariz. Outra possibilidade é o contato direto com a pele através de feridas de doentes. No entanto, é necessário um contato íntimo e prolongado para a contaminação, como a convivência de familiares na mesma residência. Daí a importância do exame dos familiares do doente de hanseníase.
A maioria da população adulta é resistente à hanseníase, mas as crianças são mais susceptíveis, geralmente adquirindo a doença quando há um paciente contaminante na família. O período de incubação varia de 2 a 7 anos e entre os fatores predisponentes estão o baixo nível sócio-econômico, a desnutrição e a superpopulação doméstica. Devido a isso, a doença ainda tem grande incidência nos países subdesenvolvidos.

-Manifestações clínicas
As formas de manifestação da hanseníase dependem da resposta imune do hospedeiro ao bacilo causador da doença. Esta resposta pode ser verificada através do teste de Mitsuda, que não dá o diagnóstico da doença, apenas avalia a resistência do indivíduo ao bacilo. Um resultado positivo significa boa defesa, um resultado negativo, ausência de defesa e um resultado duvidoso, defesa intermediária. Temos então, as seguintes formas clínicas da doença:
Hanseníase indeterminada: forma inicial, evolui espontaneamente para a cura na maioria dos casos e para as outras formas da doença em cerca de 25% dos casos. Geralmente, encontra-se apenas uma lesão, de cor mais clara que a pele normal, com diminuição da sensibilidade, mais comum em crianças.

--Hanseníase tuberculóide: forma mais benigna e localizada, ocorre em pessoas com alta resistência ao bacilo. As lesões são poucas (ou única), de limites bem definidos e um pouco elevados e com ausência de sensibilidade (dormência). Ocorrem alterações nos nervos próximos à lesão, podendo causar dor, fraqueza e atrofia muscular.
--Hanseníase borderline (ou dimorfa): forma intermediária que é resultado de uma imunidade também intermediária. O número de lesões é maior, formando manchas que podem atingir grandes áreas da pele, envolvendo partes da pele sadia. O acometimento dos nervos é mais extenso.
--Hanseníase virchowiana (ou lepromatosa): nestes casos a imunidade é nula e o bacilo se multiplica muito, levando a um quadro mais grave, com anestesia dos pés e mãos que favorecem os traumatismos e feridas que podem causar deformidades, atrofia muscular, inchaço das pernas e surgimento de lesões elevadas na pele (nódulos). Órgãos internos também são acometidos pela doença.
A hanseníase pode apresentar períodos de alterações imunes, os estados reacionais. Na hanseníase borderline, as lesões tornam-se avermelhadas e os nervos inflamados e doloridos. Na forma virchowiana, surge o eritema nodoso hansênico: lesões nodulares, endurecidas e dolorosas nas pernas, braços e face, que se acompanham de febre, mal-estar, queda do estado geral e inflamação de órgãos internos. Estas reações podem ocorrer mesmo em pacientes que já terminaram o tratamento, o que não significa que a doença não foi curada.

-Tratamento da hanseníase:
Com o diagnóstico prematuro a hanseníase pode ser tratada. Pessoas recebendo tratamento para hanseníase não são contagiosas e podem levar vida normal. Em 1981 a OMS recomendou terapia com dapsona, rifampicina e clofazimina para o tratamento da hanseníase. “O tratamento é 100% eficaz e os medicamentos podem ser obtidos gratuitamente em hospitais da rede estadual. A doença, se não tratada, causa mutilações, perda da visão e esterilidade."

Arritimia Cardiaca

Arritmia cardíaca :
A freqüência cardíaca não responde só a ação do exercício e ao estado de repouso , mas também a estímulos como a ação de medicamentos e a situações fisiológicas , como por exemplo, a dor, ansiedade ou excitação sexual (taquicardia sinusal ). Apenas quando a freqüência cardíaca é inadequadamente elevada (taquiarritmia) ou baixa ( bradiarritmia) ou ainda , quando os impulsos elétricos são originados ou transmitidos por vias anormais , é que consideramos a presença de um ritmo anormal , chamado de arritmia cardíaca .
"Em condições normais, o nosso coração "bate" em uma freqüência que varia de 60 a 100 vezes por minuto. O coração é um órgão eminentemente muscular e, como os outros músculos do nosso corpo, ele precisa de um estímulo para funcionar adequadamente. Os estímulos responsáveis pelo batimento cardíaco são representados por uma espécie de "corrente elétrica" que é transmitida por todo o coração, através de estruturas que poderiam ser grosseiramente comparadas a "fios condutores".

-Tipos de arritmia cardíaca
As arritmias cardíacas podem ser classificadas de diversas formas, dependendo da freqüência, mecanismo de formação, local de origem, etc. Apresentaremos alguns termos mais gerais, comuns no dia-a-dia das pessoas.
Quanto à freqüência, as arritmias podem ser classificadas em:
• Bradicardia: ocorre quando o coração bate menos de 60 vezes por minuto. Em algumas pessoas, pode ser um achado normal, como em atletas. São conhecidos vários tipos de bradicardia, cada um com suas características peculiares. Os marcapassos cardíacos são utilizados no tratamento desse tipo de arritmia.
• Taquicardia: ocorre quando o coração bate mais de 100 vezes por minuto. Ocorre normalmente durante atividade física, estresse emocional, em presença de anemia e outras doenças. Existem vários tipos, algumas extremamente graves.
Quanto ao local de origem, as arritmias classificam-se em:
• Atriais: como sabemos, o coração é composto de quatro câmaras (ou divisões), dois átrios e dois ventrículos. O estímulo normal para o batimento cardíaco é gerado no átrio direito. Em algumas arritmias, esses estímulos são gerados em excesso ou em menor número, pela própria estrutura que normalmente os gera; em outras, o estímulo surge em algum outro lugar nos átrios, levando à ocorrência de arritmias atriais.
• Juncionais: essas arritmias surgem na junção entre os átrios e os ventrículos.
• Ventriculares: surgem dentro dos ventrículos, algumas com grande potencial para levar à morte.

-Sinais e sintomas :
As arritmias cardíacas , podem causar uma percepção anormal dos batimentos cardíacos , denominada de palpitação . Este é o principal sintoma das arritmias cardíacas. Sua intensidade varia de pessoa a pessoa , podendo ser totalmente normal em situações fisiológicas , como o esforço físico ou excitação sexual (taquicardia sinusal).
Alguns chegam mesmo a perceber os batimentos normais , como observamos em estados de ansiedade , como na síndrome do pânico . Freqüentemente, a percepção dos próprios batimentos cardíacos é perturbadora, mas na maioria das vezes , essa percepção não é decorrente de uma doença cardíaca subjacente.
O indivíduo que apresenta um determinado tipo de arritmias cardíaca , apresenta uma tendência a apresentá-la repetidamente. Alguns tipos de arritmias cardíacas , apesar de causarem poucos ou nenhum sintoma, acabam gerando problemas. Outras arritmias cardíacas nunca provocam problemas graves, mas causam sintomas desagradáveis (arritmia cardíaca benigna).
Com freqüência, a natureza e a gravidade da cardiopatia subjacente são mais importantes que a própria arritmia cardíaca. Quando as arritmias cardíacas afetam a força de contração do coração, elas podem causar queda da pressão arterial , tonturas , lipotímia (sensação de desmaio) e síncope (desmaio).
As arritmais cardíacas que provocam esses sintomas exigem uma ação imediata. Não raramente , as arritmias cardíacas que aceleram ou lentificam demasiadamente o batimento cardíaco , poderão ser descobertas apenas pelos sintomas de insuficiência cardíaca (enfraquecimento do coração) , fruto de um funcionamento cardíaco inadequado ao longo do tempo.
-Como é feito o tratamento?
O tratamento vai depender do tipo específico de arritmia. Em alguns casos, o uso de medicação antiarrítmica é suficiente, podendo prevenir a ocorrência de novos episódios arrítmicos. Em outros, porém, há a necessidade de outras terapias.
Existe uma arritmia bastante comum na população, a fibrilação atrial. Ela acomete principalmente indivíduos com doenças cardíacas prévias, sendo um fator importante de piora dessas doenças. A importância dessa arritmia é o seu potencial para predispor à ocorrência de eventos tromboembólicos, como o acidente vascular encefálico ("derrame cerebral"). Por isso, esses pacientes fazem uso, além do antiarrítmico, de anticoagulantes para "ralear" o sangue e diminuir o risco de formar trombos ("coágulos") dentro do coração. É claro que o tratamento não é assim tão simples, variando dependendo de cada caso.
As bradiarritmias, quando sintomáticas e perigosas, são tratadas com o implante de um marcapasso. Esse aparelho tem a função de substituir o nó sinusal, gerando impulsos elétricos que são aplicados diretamente no coração e estimulando o batimento cardíaco. Hoje em dia, cada vez mais marcapassos são implantados, em todo o mundo.
Não podemos deixar de comentar sobre a parada cardíaca. Existe mais de um tipo de arritmia que leva à parada cardíaca, sendo que a mais comum é a fibrilação ventricular. Essa arritmia é gerada nos ventrículos e faz com que o coração perca a capacidade de bombear sangue. O indivíduo perde a consciência, pára de respirar e morre caso ela não seja revertida em poucos minutos. Como não há fluxo de sangue nos vasos, o cérebro não é oxigenado, assim caso a reversão demore a acontecer, após a ressuscitação o paciente pode apresentar seqüelas irreversíveis. A única forma de tratar adequadamente essa arritmia é a aplicação de choques no "peito" do pacientes (muito comum assistirmos a esse procedimento em novelas, filmes). Geralmente, esses pacientes apresentam algum tipo de doença cardíaca importante. Quando esses pacientes apresentam um episódio de parada cardíaca e são ressuscitados, dependendo do quadro global da doença cardíaca, indica-se o implante do cardiodesfibrilador. Esse aparelho é um tipo de marcapasso capaz de identificar a arritmia, quando ela acontece, e de aplicar choques diretamente no coração, para tratar a arritmia quando necessário.

- Tratamento:
O tratamento das arritmias cardíacas poderá variar muito, de acordo com o quadro clínico de cada paciente. Muitas vezes a simples tranqüilização do paciente (se necessário com o uso de medicamentos), melhoria da qualidade do sono , suspensão de certos medicamentos , abandono do cigarro e diminuição da ingesta de cafeína e álcool, poderão ser suficientes para o controle do quadro. Doenças não cardíacas que cursam com arritmias cardíacas , deverão ser controladas adequadamente.
O uso das drogas antiarrítmicas deverá ser cauteloso , pois estas drogas podem ter efeitos colaterais , inclusive desencadeando outras formas de arritmias cardíacas ou batimentos cardíacos excessivamente lentos.Os betabloqueadores , por apresentarem poucas restrições e efeitos colaterais, são as drogas mais usadas , mesmo em pessoas sem doença cardíaca , visando o alívio das palpitaçes.
Alguns pacientes só conseguem retomar o ritmo cardíaco normal após um choque elétrico, processo chamado de cardioversão elétrica , mais comumente utilizado para o tratamento de uma arritmia cardíaca chamada de fibrilação atrial. Um estudo eletrofisiológico e ablação por radiofreqüência , poderá ser capaz de destruir um feixe elétrico anormal ou outro foco causador da arritmia cardíaca .
Um marcapasso artificial, muitas vezes será indicado para o tratamento das arritmias cardíacas que lentificam excessivamente os batimentos cardíacos (bradiarritmias), como o bloqueio atrioventricular total ou a doença do nó sinoatrial. O desfibrilador automático implantável é uma modalidade de tratamento para as arritmais cardíacas ventriculares graves e potencialmente fatais. Este aparelho consegue identificar a arritmia cardíaca e, imediatamente , libera uma carga elétrica (choque) que interrompe a arritmia cardíaca.