domingo, 25 de outubro de 2009

Arritimia Cardiaca

Arritmia cardíaca :
A freqüência cardíaca não responde só a ação do exercício e ao estado de repouso , mas também a estímulos como a ação de medicamentos e a situações fisiológicas , como por exemplo, a dor, ansiedade ou excitação sexual (taquicardia sinusal ). Apenas quando a freqüência cardíaca é inadequadamente elevada (taquiarritmia) ou baixa ( bradiarritmia) ou ainda , quando os impulsos elétricos são originados ou transmitidos por vias anormais , é que consideramos a presença de um ritmo anormal , chamado de arritmia cardíaca .
"Em condições normais, o nosso coração "bate" em uma freqüência que varia de 60 a 100 vezes por minuto. O coração é um órgão eminentemente muscular e, como os outros músculos do nosso corpo, ele precisa de um estímulo para funcionar adequadamente. Os estímulos responsáveis pelo batimento cardíaco são representados por uma espécie de "corrente elétrica" que é transmitida por todo o coração, através de estruturas que poderiam ser grosseiramente comparadas a "fios condutores".

-Tipos de arritmia cardíaca
As arritmias cardíacas podem ser classificadas de diversas formas, dependendo da freqüência, mecanismo de formação, local de origem, etc. Apresentaremos alguns termos mais gerais, comuns no dia-a-dia das pessoas.
Quanto à freqüência, as arritmias podem ser classificadas em:
• Bradicardia: ocorre quando o coração bate menos de 60 vezes por minuto. Em algumas pessoas, pode ser um achado normal, como em atletas. São conhecidos vários tipos de bradicardia, cada um com suas características peculiares. Os marcapassos cardíacos são utilizados no tratamento desse tipo de arritmia.
• Taquicardia: ocorre quando o coração bate mais de 100 vezes por minuto. Ocorre normalmente durante atividade física, estresse emocional, em presença de anemia e outras doenças. Existem vários tipos, algumas extremamente graves.
Quanto ao local de origem, as arritmias classificam-se em:
• Atriais: como sabemos, o coração é composto de quatro câmaras (ou divisões), dois átrios e dois ventrículos. O estímulo normal para o batimento cardíaco é gerado no átrio direito. Em algumas arritmias, esses estímulos são gerados em excesso ou em menor número, pela própria estrutura que normalmente os gera; em outras, o estímulo surge em algum outro lugar nos átrios, levando à ocorrência de arritmias atriais.
• Juncionais: essas arritmias surgem na junção entre os átrios e os ventrículos.
• Ventriculares: surgem dentro dos ventrículos, algumas com grande potencial para levar à morte.

-Sinais e sintomas :
As arritmias cardíacas , podem causar uma percepção anormal dos batimentos cardíacos , denominada de palpitação . Este é o principal sintoma das arritmias cardíacas. Sua intensidade varia de pessoa a pessoa , podendo ser totalmente normal em situações fisiológicas , como o esforço físico ou excitação sexual (taquicardia sinusal).
Alguns chegam mesmo a perceber os batimentos normais , como observamos em estados de ansiedade , como na síndrome do pânico . Freqüentemente, a percepção dos próprios batimentos cardíacos é perturbadora, mas na maioria das vezes , essa percepção não é decorrente de uma doença cardíaca subjacente.
O indivíduo que apresenta um determinado tipo de arritmias cardíaca , apresenta uma tendência a apresentá-la repetidamente. Alguns tipos de arritmias cardíacas , apesar de causarem poucos ou nenhum sintoma, acabam gerando problemas. Outras arritmias cardíacas nunca provocam problemas graves, mas causam sintomas desagradáveis (arritmia cardíaca benigna).
Com freqüência, a natureza e a gravidade da cardiopatia subjacente são mais importantes que a própria arritmia cardíaca. Quando as arritmias cardíacas afetam a força de contração do coração, elas podem causar queda da pressão arterial , tonturas , lipotímia (sensação de desmaio) e síncope (desmaio).
As arritmais cardíacas que provocam esses sintomas exigem uma ação imediata. Não raramente , as arritmias cardíacas que aceleram ou lentificam demasiadamente o batimento cardíaco , poderão ser descobertas apenas pelos sintomas de insuficiência cardíaca (enfraquecimento do coração) , fruto de um funcionamento cardíaco inadequado ao longo do tempo.
-Como é feito o tratamento?
O tratamento vai depender do tipo específico de arritmia. Em alguns casos, o uso de medicação antiarrítmica é suficiente, podendo prevenir a ocorrência de novos episódios arrítmicos. Em outros, porém, há a necessidade de outras terapias.
Existe uma arritmia bastante comum na população, a fibrilação atrial. Ela acomete principalmente indivíduos com doenças cardíacas prévias, sendo um fator importante de piora dessas doenças. A importância dessa arritmia é o seu potencial para predispor à ocorrência de eventos tromboembólicos, como o acidente vascular encefálico ("derrame cerebral"). Por isso, esses pacientes fazem uso, além do antiarrítmico, de anticoagulantes para "ralear" o sangue e diminuir o risco de formar trombos ("coágulos") dentro do coração. É claro que o tratamento não é assim tão simples, variando dependendo de cada caso.
As bradiarritmias, quando sintomáticas e perigosas, são tratadas com o implante de um marcapasso. Esse aparelho tem a função de substituir o nó sinusal, gerando impulsos elétricos que são aplicados diretamente no coração e estimulando o batimento cardíaco. Hoje em dia, cada vez mais marcapassos são implantados, em todo o mundo.
Não podemos deixar de comentar sobre a parada cardíaca. Existe mais de um tipo de arritmia que leva à parada cardíaca, sendo que a mais comum é a fibrilação ventricular. Essa arritmia é gerada nos ventrículos e faz com que o coração perca a capacidade de bombear sangue. O indivíduo perde a consciência, pára de respirar e morre caso ela não seja revertida em poucos minutos. Como não há fluxo de sangue nos vasos, o cérebro não é oxigenado, assim caso a reversão demore a acontecer, após a ressuscitação o paciente pode apresentar seqüelas irreversíveis. A única forma de tratar adequadamente essa arritmia é a aplicação de choques no "peito" do pacientes (muito comum assistirmos a esse procedimento em novelas, filmes). Geralmente, esses pacientes apresentam algum tipo de doença cardíaca importante. Quando esses pacientes apresentam um episódio de parada cardíaca e são ressuscitados, dependendo do quadro global da doença cardíaca, indica-se o implante do cardiodesfibrilador. Esse aparelho é um tipo de marcapasso capaz de identificar a arritmia, quando ela acontece, e de aplicar choques diretamente no coração, para tratar a arritmia quando necessário.

- Tratamento:
O tratamento das arritmias cardíacas poderá variar muito, de acordo com o quadro clínico de cada paciente. Muitas vezes a simples tranqüilização do paciente (se necessário com o uso de medicamentos), melhoria da qualidade do sono , suspensão de certos medicamentos , abandono do cigarro e diminuição da ingesta de cafeína e álcool, poderão ser suficientes para o controle do quadro. Doenças não cardíacas que cursam com arritmias cardíacas , deverão ser controladas adequadamente.
O uso das drogas antiarrítmicas deverá ser cauteloso , pois estas drogas podem ter efeitos colaterais , inclusive desencadeando outras formas de arritmias cardíacas ou batimentos cardíacos excessivamente lentos.Os betabloqueadores , por apresentarem poucas restrições e efeitos colaterais, são as drogas mais usadas , mesmo em pessoas sem doença cardíaca , visando o alívio das palpitaçes.
Alguns pacientes só conseguem retomar o ritmo cardíaco normal após um choque elétrico, processo chamado de cardioversão elétrica , mais comumente utilizado para o tratamento de uma arritmia cardíaca chamada de fibrilação atrial. Um estudo eletrofisiológico e ablação por radiofreqüência , poderá ser capaz de destruir um feixe elétrico anormal ou outro foco causador da arritmia cardíaca .
Um marcapasso artificial, muitas vezes será indicado para o tratamento das arritmias cardíacas que lentificam excessivamente os batimentos cardíacos (bradiarritmias), como o bloqueio atrioventricular total ou a doença do nó sinoatrial. O desfibrilador automático implantável é uma modalidade de tratamento para as arritmais cardíacas ventriculares graves e potencialmente fatais. Este aparelho consegue identificar a arritmia cardíaca e, imediatamente , libera uma carga elétrica (choque) que interrompe a arritmia cardíaca.

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